Dossiers Top Secretos – The Ears of The Octopus

O Blog Dragalhadas apresenta o novo Best-Seller de Luís de Orelhões!




Escritor de talento dramaturgo por natureza, Luís de Orelhões começou como condutor de camiões (olha até rima!)...Uma existência cheia de aventuras decadentes e um mergulho no mundo do grande banditismo e dos traficantes de droga que contribuíram para desenvolver a sua imaginação fértil e putrefacta. À imagem de um Hemingway, Luís de Orelhões vive o que escreve por dentro. Gosta de penetrar os sistemas, os "polvos", as "mafias", que tão bem descreve nos seus livros. Exímio na arte de inventar personagens com as características arquetípicas de uma certa sociedade portuguesa decadente e corrupta, que ele tão bem conhece.

Depois do flop do seu primeiro romance, “The Golden Whistle”, apesar de ingredientes aliciantes como cenas com prostitutas, tráfico de influencias, escutas telefónicas e outros clássicos do romance de espionagem...Luís de Orelhões tenta fazer um "come back", e lançou o seu novo romance “Dossiers Top Secretos – The Ears of The Octopus ”. Que demorou dois anos a escrever pois essencialmente baseado em escutas telefónicas de amigos seus.

Ficam aqui alguns magníficos diálogos excertos do livro, alguns deles publicados na edição de hoje do Diário de Noticias, promotor oficial do escritor Luís de Orelhões:

“Pai, já não ha papel? diz John Loureiro. Não! Mas eu vou já comprar um rolo...
- despacha-te, pai, porque já não tenho muito tempo e tenho que “arrear o calhau” antes que eles cheguem!”

Magnifica cena dramática em que o personagem John Loureiro tenta por intermédio de uma linguagem codificada fazer compreender ao pai dele, mafioso conhecido por “Major” que não há dinheiro (papel) no local onde ele se encontra para fazer uma transação com um juiz corrupto chamado C. Calheiros (arrear o calhau) antes que a policia chegue (antes que “eles” cheguem)!

“He pá, ontem comemos a feijoada que nos enviaste...já me...bem...o.k. ...eu depois digo, cuidado com o cheiro!!! esqueci-me de puxar o autoclismo...sim, já contactei o John para acabar de limpar aquela merda!”

Cena em que o Major tenta prevenir o seu comparsa conhecido por "P.C." que a encomenda de prostitutas brasileiras (feijoada) que este enviou como moeda de troca pela corrupção do juiz foi bem recebida...mas que existem provas comprometedoras (cuidado com o cheiro) que ele ainda não eliminou (puxar o autoclismo) mas que John foi contactado para terminar o trabalho (acabar de limpar aquela merda)

“He pá , o gajo deixou-me a retrete num estado, borrou aquilo tudo! Acho que foi por causa da salada de frutas! Depois eu falo com um amigo canalizador a ver se ele me consegue desentupir aqu...quê? o.k. ...não te preocupes, eu trato de tudo! Ele tem de ser chamado à atenção...senão acabam-se as guloseimas!...

Cena em que “Major” fala com o melhor amigo do motorista da mulher de “P.C.” e lhe diz que o juiz (o gajo) não gostou das prostitutas que recebeu (salada de frutas) e que por isso vingou-se e não cumpriu o plano que estava combinado (borrou aquilo tudo) mas que vai contactar alguém para remediar a situação (desentupir aquilo). Mas que o juiz tem que ser chamado à atenção senão acabam-se as prostitutas (guloseimas)...

Enfim, fiel ao seu estilo, e apesar do conteúdo "nojento", como o define o próprio autor, Luís de Orelhões tenta com este seu novo romance bem mais “popular” e “próximo do quotidiano dos seus leitores” reconquistar o seu publico favorito nas camadas frustradas e azedozas da sociedade portuguesa e ao mesmo tempo fazer esquecer os mais recentes fracassos, e escândalos nos quais se viu envolvido.

Boa leitura e cuidado com os vómitos!